Medclin entra na campanha Todos contra a hanseníase

A Medclin, clínica de especialidades do Hospital Beneficência Portuguesa, a Nova Benê, entra na campanha nacional “Todos contra a hanseníase” e ilumina a fachada de roxo. A cor foi a escolhida pelo Ministério da Saúde que oficializou o mês Janeiro Roxo, em 2016, para a conscientização sobre a doença. A campanha educativa é realizada pela SBH-Sociedade Brasileira de Hansenologia.

Além da Medclin, AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, Câmara Municipal e Theatro Pedro II também iluminam suas fachadas na cidade. O diretor técnico da clínica, dermatologista e hansenologista Fred Bernardes Filho, informa que a iluminação permanecerá até dia 31 de janeiro.

Ribeirão Preto encerrou 2021 com alta de 215% no número de novos casos de hanseníase – foram mais de 200 casos notificados no ano.

“Quando falamos em hanseníase e outras doenças negligenciadas, o aumento de novos diagnósticos é positivo porque garante tratamento a pessoas ou famílias inteiras que convivem com uma doença, muitas vezes sem saber, e auxilia no controle epidemiológico”, explica Bernardes Filho, doutor em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP.

No caso da hanseníase, é comum o paciente e outros membros da família estarem doentes há vários anos sem diagnóstico e transmitindo o bacilo causador da doença a seus comunicantes. Em tratamento regular, o paciente deixa de transmitir a doença. “Por isso, as fachadas iluminadas de roxo fazem muita diferença no alerta e conscientização da população para o fato de que a hanseníase não está controlada em nosso país”, diz o médico.

A SBH alerta que o Brasil vive uma endemia oculta da doença com milhares de casos a espera de diagnóstico. Mas, em algumas localidades brasileiras, como é o caso de Ribeirão Preto, os hansenologistas estão aumentando o número de novos diagnósticos, que é importante para o controle da doença. “Doentes em tratamento são como uma barreira para diminuir a circulação do bacilo na sociedade”, explica Fred Bernardes Filho.

O Brasil é o segundo país em número de casos de hanseníase – são cerca de 30 mil novos casos por ano. A Índia é o primeiro.

A hanseníase pode se manifestar com poucos sintomas – mas também há casos assintomáticos. O doente pode ter manchas avermelhadas ou esbranquiçadas na pele e pode ter diminuição ou perda de sensibilidade ao toque, à dor, ao frio e calor. A pessoa pode se machucar e não sentir, pode perder força para segurar objetos, por exemplo. Especialistas alertam para sensações de dormência, formigamentos ou fisgadas.

O diagnóstico da hanseníase é clínico e o médico pode pedir exames complementares. O tratamento é gratuito e a doença tem cura. Porém, se diagnosticada tardiamente, o paciente pode ter sequelas incapacitantes e, muitas vezes, irreversíveis. “O diagnóstico precoce é importante para evitar complicações do estado geral do paciente e sequelas”, alerta Fred Bernardes Filho.

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